MUSEU DE ARTE SACRA S. FRANCISCO








Técnicas da Rede Museológica
explicações à Fraternidade da O.F.S. de Ovar


No passado dia 17 de Outubro a Dr.ª Sofia Vechina , licenciada em História de Arte e a Dr.ª Raquel Elvas, licenciada em Restauro de Arte, foram à reunião mensal da Fraternidade Franciscana Secular de Ovar para explicarem aos Irmãos desta Ordem Religiosa, as razões das profundas transformações na sua Casa Museu, agora ligada à Rede Museológica de Ovar.
Estas duas técnicas aproveitaram para falar também da razão que deu origem à pretensa mudança do ano da fundação da Ordem, de 1659 para 1660.
A propósito desta mudança, para além das minhas explicações publicadas neste Blogue e no Jornal Praça Pública, verifiquei há poucos dias que, o mais recente Guia Turístico de Ovar, editado em finais de 2009, na página 14, “Festas e Tradições”, diz assim: São de nomear os acontecimentos religiosos promovidos pela Ordem Terceira de S. Francisco, instituída em Ovar em 1659.


















Jornal de Ovar - 1996 e 1998


Jornal de Ovar, de Setembro 1996


MUSEU DE ARTE SACRA VISITADO POR CIENTISTAS E INVESTIGADORES

No passado dia 5, Ovar teve a visita de Cientistas e Investigadores participantes no 5º Congresso de Electrocerâmica organizado pela Universidade de Aveiro.
De diversos países, tais como: Estados Unidos da América, Polónia, Itália, Roménia, França, Inglaterra, Alemanha e uma comitiva do Japão representando os países asiáticos, "sendo esta comitiva a mais numerosa", estes cientistas e investigadores visitaram o Museu de Arte-Sacra guiados pela tradutora Célia Silva, uma jovem estudante do 4º Ano em Francês/Inglês da Universidade de Coimbra, e acompanhados pela Drª Alice França.
O Museu de Arte-Sacra foi um dos patrimónios vareiros escolhido para mostrar a estes congressistas, tendo-se preparado para tão digna visita, abrindo as suas portas à jovem tradutora nas vésperas do dia desta visita, para que assim esta jovem estudante se inteirasse da história do Museu e das notáveis peças de arte-sacra e os seculares documentos e imagens, que nas quatro salas estão em exposição.
Esta importante visita faz recordar uma frase do discurso do saudoso Obreiro da construção deste Museu, João Fernandes Arada e Costa, aquando da inauguração do mesmo "esta casa fica desde hoje aberta aos estudiosos e eruditos".
Assim como também se recorda uma parte do discurso deste dedicado vareiro aquando da II Exposição de Arte-Sacra realizada a 22 de Dezembro de 1973. "É grato recordar que esta Casa Museu, antes, um velho pardieiro quase em ruína, hoje remoçada e com vida! Ela cumpre uma missão que queremos frisar: só a ela cabe guardar ciosamente os valores, o património não só da Ordem Terceira de S. Francisco, como das seculares Confrarias da nossa terra. Património que corre o risco de se perder. Não está certo que ele ande espalhado por casas particulares".
Imagens, alfaias litúrgicas, paramentos e preciosíssima documentação vinda desde 1659, as arrecadações onde se guardam as roupas, os adornos e as flores artificiais, para as imagens e os andares da seiscentista 'procissão dos Terceiros composta pelas 14 imagens que estão nos nichos das paredes do rés-do-chão, assim como as indumentárias (hábitos) para as pessoas que levam os andores e para os que participam nas procissões quaresmais, e tudo foi visto e explicado pela tradutora a estes cientistas e investigadores.
Como nota final, uma apreciação pessoal de quem escreve esta modesta crónica: Como estes ilustres visitantes tinham o tempo (cronometrado), as explicações tinham que ser abreviadas o que dificultaria em parte o já difícil trabalho de tradução. Mas apesar das limitações de tempo a visita ainda durou 30 minutos, e a jovem tradutora interessou-se com afinco para que este numeroso grupo de estudiosos ficasse a perceber o mais possível o que está em exposição neste Museu.
Junto do livro para os visitantes, formou-se uma fila de alguns destes congressistas os quais escreveram a sua opinião sobre o que viram, e alguns não resistiram à tentação de tirarem das suas bolsas especiais a sua máquina de filmar.
A tradutora Célia Silva, que já tem alguma experiência em trabalhos de tempos livres em Postos de Turismo, mostrou uma extraordinária e louvável capacidade linguística para explicar o notável repositório de arte-sacra que se encontra neste Museu da Ordem Terceira de S. Francisco, Museu este que, decorridos os próximos 16 meses, comemorara as suas Bodas de Prata.

                  Texto de António Mendes Pinto publicado em 13 de Setembro de 1996



Jornal de Ovar, de Novembro de 1996


A VISITA DE MARCELO CAETANO

Ainda estamos no ano de 1973, e talvez que esta parte deste historial não vá agradar muito à classe política que no pós 25 de Abril/74, com o slogan do "fascismo" não se cansou de denegrir a imagem deste grande homem que, como catedrático, como político, como governante e como pessoa, deu grandes exemplos na defesa dos valores cristãos, da família e da Pátria.
Nos tempos presentes e após duas décadas passadas e, enganos, desencantos e frustrações, fico tentado a aproveitar uma definição política que já li num jornal diário nortenho. Se em 1973 estávamos no chamado ''fascismo'', actualmente estamos no ''fascismo democrático"! Por isto mesmo, se já nutria de uma especial admiração por este ilustre homem, presentemente ao analisar que muitos dos seus escritos literários "proféticos/políticos", estão a condizer com a realidade actual, é com profundo agrado que aqui recordo a visita do Senhor Professor Dr. Marcelo Caetano a Ovar no dia 24 de Junho de 1973.
Antes de visitar o Museu de Arte-Sacra, o Senhor Professor Dr. Marcelo Caetano voltou, e pela segunda vez a visitar o nosso Museu de Ovar, acedendo assim, e gostosamente como declarou, ao pedido que lhe havia sido feito pelo seu Director.
Assim, e segundo o Notícias de Ovar, depois de pernoitar na Pousada da Ria e ser recebido, em frente ao Edifício da Câmara, pelo seu Presidente, Vereadores, demais autoridades concelhias e representações das colectividades locais Sua Excelência, (...) iniciou de imediato a visita à exposição ali patente sobre a "Vida Popular de 1800 a 1920", devidamente ciceronado pelo Director Sr. José Augusto de Almeida, e a quem deu conhecimento, ainda no átrio, que o projecto do novo edifício estava em bom andamento.
Uma particularidade que mostrou bem o interesse do Senhor Professor Dr. Marcelo Caetano pelo que viu, foi as cenas representadas na exposição o ter cativado sobremaneira, tendo Sua Excelência somente feito reparo que nem todos os manequins fossem próprios, o que iria valorizar muito a conhecida beleza da mulher de Ovar.
Reconheceu ainda o Senhor Presidente do Conselho que em salas amplas, todas aquelas cenas populares teriam muito mais a ganhar.
De seguida, com as pessoas que o acompanhavam e com as entidades que o haviam recebido, visitou também a Casa-Museu da Ordem Terceira de S. Francisco de Assis.
Segundo também o Jornal Notícias de Ovar, “Sua Excelência foi recebido e cumprimentado pelos membros do Definitório, passando, depois e acompanhado do presidente da Ordem, João Fernandes Arada e Costa, a percorrer e apreciar detalhadamente e com grande interesse o valioso espólio ali patente, tendo palavras de louvor para a iniciativa, encantando-o a disposição em que estão expostos todos os objectos, alfaias e imagens e surpreendendo-o o importante tombo que ali se guarda de valiosa documentação referente à vida vareira desde 1659”.

                Texto de António Mendes Pinto publicado em 29 de Novembro de 1996




Jornal de Ovar de Dezembro de 1998


Os melhoramentos na Casa Museu de Arte Sacra

Nestes últimos tempos o Museu de Arte Sacra tem sido beneficiado com obras de restauro e de melhoramentos que estão bem à vista de quem o visita.
O gosto e a grande vontade do actual Ministro da Ordem Terceira de S. Francisco, Porfírio Ferrira, em ver aquela Casa Museu cada vez com melhor aspecto, tem sido um marco importante para a conservação deste Património Religioso de Ovar.
Quem entra nesta Casa­Museu, agora diferente da inicial, repara "em especial aquelas pessoas que a conhecem desde o início" que houve alterações.
Tem melhor aspecto visual, como por exemplo o chão do 1º andar que depois de terem sido arrancados os quadradinhos de alcatifa em cores, ficou a madeira do soalho à vista devidamente tratado e envernizado, embelezado com uma bonita passadeira ao meio, igual à carpete que se encontra debaixo da mesa na segunda sala deste piso.
Existe a intenção de se fazer o mesmo no 2° andar, dando-se assim atenção e cumprimento a uma das sugestões da autarquia aquando da assinatura do Protocolo com a Câmara Municipal de Ovar, tendo sido feita referência às inconveniências das alcatifas nestes espaços públicos.
Claro que para cumprimento destas imperativas opiniões, fica sempre alguma tristeza para alguns daqueles irmãos que há duas décadas fizeram parte duma equipa de trabalho para colarem os quadradinhos de alcatifa, tendo estes irmãos feito um grande trabalho, entre o qual, os desenhos que se vêem no 2° pisam que nesse tempo era a sala de reuniões dos irmãos da fraternidade Franciscana de Ovar. Na época este trabalho foi bastante apreciado por quem visitava o Museu ou a Fraternidade de Ovar.
Como elemento da equipa que trabalhou no embelezamento daqueles pisos com os quadradinhos de alcatifa sinto muito a retirada dos mesmos. Nesse trabalho de (demolição) não tenho participado nem quero ver.
Mas ao ver o resultado positivo encontro ânimo para superar as recordações de um tempo do qual sinto alguma saudade.
Os tempos mudam e os imperativos são outros.
É preciso modificar para melhorar. Assim é com os edifícios, assim fosse com as pessoas!
Há mais melhoramentos nesta Casa-Museu de arte Sacra, mas por agora apenas fico pela modificação do chão do 1°, andar. Vale' a pena visitar o Museu e apreciar os seus melhoramentos

                             Texto de António Mendes Pinto publicado em 11 de Dezembro de 1998

Nota:    A alcatifa aos quadradinhos pode ser vista nas últimas fotos da reportagem que se segue






















Antes das transformações

 


O PRESENTE
Sala de Exposições
Nas fotos A primeira Exposição " Oragos "da Vigararia de Ovar