20 de jul. de 2011

PROFETA ELIAS - 20 de Julho




O Papa João Paulo II dizia aos carmelitas capitulares em 24 de Setembro de 1983: «O vosso carisma tem as raízes no Antigo Testa­mento e centra-se na grandiosa figura do Profeta Elias, o Profeta do Antigo Testamento. Ele foi um homem de Deus, mestre e testemu­nha de oração...».




 «Eis aqui, que há já três mil anos, um crente, chamado Elias, tem a intuição de que Deus fala no deserto e de que uma grande confiança silenciosa do coração está no começo de tudo».

Elias, a quem os árabes chamam Nabi el Khader, o profeta «sempre verdejante» aparece na época do Javeísmo, em meados do século IX antes de Cristo, durante os reinados da Acab e Jesabel. Toda a sua actividade e estilo de vida foram um protesto contra o sincretismo dominante, proclamando a distinção clara entre Javé e Baal, com o repúdio consequente deste.
A sua obra culminou no célebre Monte Carmelo. Alguns apresentam-no como protótipo de apóstolo, mas S. Tiago apresenta-o como modelo de oração (Tg 5,17).
Coberto de vestes rústicas e ásperas, vir pilosus (2 Re 1 ,8) entregue à oração e a uma vida austera cheia de jejuns e privações, tem como missão defender a religião sem mancha e a fé de Israel, «do Deus a quem sirvo» (1 Re, 17, 1).
A sua personalidade e influência no Antigo e no Novo Testamento aparecem numa centena de vezes em que se cita o seu nome e obra. O seu duplo espírito recolheu-o o discípulo Eliseu e depois os Filhos dos Profetas, em quem não poucos Santos Padres viram como que uma antecipação da vida religiosa do Novo Testamento.
É impossível sintetizar uma vida tão rica nestes estreitos limites.
Os traços mais característicos da sua pessoa e obra seriam estes:
É o arauto de Deus: Sem prévio aviso, aparece valente, diante do rei e do povo, como o defensor dos direitos que Javé tem sobre o seu povo.
É o precursor do Messias: Desaparece Elias levado num torvelinho ao céu, mas a sua lembrança não é esquecida pelo povo. Todos esperam que ele virá antes do Messias.
É o servo de Deus: ele mesmo se chama «o servo de Javé» (1 Re,17,1-8,15).
É o que serve o povo: sua missão é salvar o «resto» que for fiel a Javé. Serve-o e defende-o dos falsos deuses.
É o pregador de um Deus que salva: Prega, mesmo à custa da sua vida, o Deus vivo, o único Deus que pode salvar. Também hoje há muitos ídolos contra os quais é preciso lutar, à imitação de Elias: droga, dinheiro, poder, sexo...
Os carmelitas do século XII propuseram-se imitar a vida do Profeta no Monte Camelo e tomaram-no como Pai espiritual. Hoje, cristãos, judeus e muçulmanos celebram a sua festa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário