15 de ago. de 2011

NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

«Ao céu subis, Senhora; no céu Vos recebem com alegre canto.
Oh, quem pudesse agora, acolher-se sob o vosso manto, para convosco subir ao Monte Santo! Por Anjos sois levada, por quem sois servida, desde o berço; de estrelas coroada, como nenhuma outra rainha, por coroa tendes a lua...» Assim cantou o imortal Frei Luís de Leão.
E com o hino litúrgico das primeiras vésperas, nós Lhe cantamos: «Alegria do mundo, Estrela de Alva! Nenhuma estrela como Vós nos guia!Sois o berço do Deus forte que nos salva/Virgem Maria.! Sois a escada de luz lançada à terra! Para ligar ao Céu a terra fria! Fulgente aurora, a vida em Vós se eleva! Virgem Maria...! Só o trono de Deus é mais sublimei Que o vosso trono, a luz do eterno dia! Celeste Mãe da paz que nos redime,! Virgem Maria.
Nestas poesias, ou fragmentos de poesia, está sintetizado o dogma maravilhoso desta graça outorgada à Mãe de Deus e Mãe nossa, a Virgem Maria.

Para aprofundar o significado e conteúdo deste dogma nada melhor do que ler e reler a encíclica Munificentíssimus Deus pela qual o Papa Pio XII no dia 1 de Novembro de 1950 declarava este dogma da Assunção de Maria em corpo e alma aos céus.
Era uma verdade católica admitida por todos os cristãos e difundida pela arte e literatura, desde os primeiros séculos do cristianismo, assim como pelo Magistério da Igreja, e era celebrada nas liturgias cristãs de todo o mundo. Mas não era dogma até esta data.
O Papa na sua Encíclica demonstra, com riqueza de argumentos teológicos e bíblicos e com grande abundância de textos patrísticos e literários, a veracidade desta até então piedosa crença.


Desde há muitos séculos todos acreditavam como verdade de fé nos dogmas da Maternidade divina e da Virgindade de Maria. O dogma sobre a Imaculada Conceição só foi definido a 8 de Dezembro de 1844, pelo Papa Pio IX, com a Bula Inefabilis Deus. As palavras mais importantes da Bula de Pio XII, depois de aduzir toda a espécie de argumentos tirados da Teologia, Sagrada Escritura, Santos Padres, Tradição, Liturgias, etc., eram estas: «Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de revelação divina que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprido o curso da sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma» (AAS 42(1950 770).
Eram muitos milhares e centenas de milhares os cristãos que naquela manhã romana batiam palmas com grande emoção por esta nova pérola que o Vigário de Jesus Cristo engastava na Coroa da Virgem Maria.


O Papa não menciona se a Virgem Maria morreu ou não, ou como foi esta morte. Isto não entra na verdade de fé. O que interessa é demonstrar e crer que a Virgem Maria, terminado o seu tempo de vida na terra, foi assumida em corpo e alma aos céus, sem se ter corrompido aquele corpo que era a mesma carne de Jesus, «da qual nasceu Jesus», e em cujo seio quis habitar durante nove meses. Não é este o lugar, nem há espaço para tanto, de provar com argumentos bíblicos do Antigo Testamento e do Novo Testamento donde parte o Papa na sua maravilhosa Encíclica. Segue o argumento da Tradição, tomado dos Santos Padres através de toda a história e da Liturgia em todos os ritos que sempre celebraram esta crença. Termina o Papa com o argumento do sentir comum, isto é, a crença de todos os cristãos e dos milhares de pedidos que chegaram a Roma para que este dogma fosse definido.
Este dogma estimula-nos a pensar nas coisas do alto, utilizando as da terra enquanto nos servem para alcançar aquelas.

                                       (do Livro “Os Santos do Mês” da Editorial Missões-Cucujães)

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