16 de ago. de 2011

S. ROQUE de Montpellier - 16 de Agosto

 
As fotos são da Seiscentista Procissão dos Terceiros em Ovar, onde entre os
14 andores sai a Imagem de S. Roque


 Embora tenha nascido em Montpellier, por volta de 1290, podemos dizer que era aragonês, porque esta cidade pertencia então aos domínios do rei de Aragão, Jaime II. Seu pai, João, era o governador da cidade, e sua mãe, Libéria, era uma dama da mais alta estirpe, adornada das mais invejáveis qualidades. Mas uma pena os afligia: não tinham filhos. Enquanto rezava um dia, teve Líbéria uma manifestação do Senhor que lhe disse: «Confia minha filha, terás um filho que será a alegria de toda a família e levará o meu nome e o meu amor a toda a parte... Todos irão ter com ele».
O escudo de armas desta família dizia: «A cruz à frente de tudo!» Este lema herdá-Io-á também este menino robusto e forte, a que, por isso, deram o nome de Roque, quando o baptizaram, porque estava chamado a ser como uma rocha, forte, no serviço do Senhor.

 

Quando tinha doze anos experimentou a dor de perder o pai e quando tinha vinte, perdeu a mãe. Ficou órfão de todos, menos de Deus. Para que o seu coração ficasse ainda mais desligado de to­dos os laços do mundo, recordando a passagem do Evangelho - ele também era rico e bem-disposto como o jovem - entregou todas as suas riquezas aos pobres e pôs-se a caminho para seguir Jesus Cristo. Estava então na moda visitar os Sagrados Lugares: Palesti­na, Santiago de Compostela, Roma... E a este último se propôs ir o nosso jovem, para, ali, se entregar à oração, ao sacrifício e à carida­de. Ele queria visitar os santos sepulcros dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e prostrar-se diante deles para lhes pedir luz para o caminho da vida que deveria trilhar. Mas antes de chegar a Roma espe­rava-o uma surpresa.


Ao passar pela cidade de Aquapendente encontrou uma coisa inesperada: a peste dizimava a cidade. Eram muitos os milhares de irmãos empestados que morriam todos os dias naquelas paragens. Mal se podia andar nas ruas, tantos eram os empestados. Para mi­norar um pouco tão grande desgraça tinha-se instalado um hospital na cidade e foi para lá que se dirigiu Roque, pedindo ao director que o aceitasse para cuidar dos doentes». Não, não, pelo teu aspecto se vê que és um jovem rico mas frágil. Não poderás resistir a tanta miséria como há aqui. Se te admitirmos, depressa cairás presa do mesmo mal». - «Por caridade, admitam-me. Sou forte e poderei re­sistir à doença e carregarei com os enfermos e cuidarei deles com amor de irmão».


Cedo os doentes encontraram «um anjo descido do céu», como diziam uns aos outros. Nunca tinham visto um jovem tão dedicado e caritativo. Ia em busca dos mais empestados, dos quais se fugia. Cuidava deles, acariciava-os, dava-lhes de comer, limpava-lhes as chagas asquerosas.
Terminada a sua missão em Aquapendente dirigiu-se para Roma e durante o trajecto encontrou outras cidades também empestadas:
Rimini, Cesena... e em todas elas repetiu as cenas de Aquapen¬dente... A todos ajudava e animava.
Por fim, chegou a Roma, onde passou três anos entregue à caridade e à oração e depressa começou o povo a conhecê-lo, apesar de serem tantos os peregrinos que havia em Roma. O Papa estava no desterro de Avinhão, em França, e logo os cardeais e outras personalidades acudiram a ele para lhe pedirem conselho. Finalmente veio a maior provação: Estando a curar os empestados de Plasência também o atingiu a peste e viu-se obrigado a retirar-se para uma gruta abandonada, longe da cidade. Mas um cão vinha todos os dias trazer-lhe comida e roupas... A gente cedo descobriu o Santo e foram visitá-lo. Levaram-no para o hospital onde ele tinha sido enfermeiro e os doentes ao verem-no ficaram curados. Deus abençoou o seu servo até à sua morte feliz, ocorrida em 1327, partindo para o céu com as mãos cheias de boas obras de caridade.

                        (do Livro “Os Santos do Mês” da Editorial Missões-Cucujães)

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