10 de ago. de 2011

SANTA CLARA DE ASSIS - 11 de Agosto

As fotos são da Seiscentista Procissão dos Terceiros (Cinzas) que se realiza todos os anos em Ovar no 2º Domingo da Quaresma na qual a Imagem de Santa Clara vai num dos 14 Andores desta Procissão que faz parte das cinco Procissões Quaresmais de Ovar - Fotos do autor deste Blogue


Santa Clara nasceu em Assis em 1194, treze anos depois de S. Francisco. Era filha da nobre família dos Offreduccio. Clara foi «um raro cisne que cruzou o pântano, sem se enlodar, uma folha de aço temperado debaixo de uma doçura extraordinária». Deixou-se con­quistar pelo Amor.


A virtude alegre é contagiosa, e Francisco conquistou-a para Cristo. Aos 18 anos, foge durante a noite para a Porciúncula. Depois, passa para S. Damião, onde viverá até à morte. Unem-se a ela as suas amigas, de nomes sugestivos: Pacífica, Benvinda, Angelúcia, Inês «inocente como uma cordeirinha e simples como uma pombinha». A sua sobrinha Amada vai participar-lhe a data do seu casamento e acaba por ficar com ela. Unem-se-lhe ainda sua irmã e sua mãe. Conquista nobres e princesas, como a Beata Inês de Praga. «Brancas flores primaveris, que exalam um perfume único».


Francisco e Clara completavam-se numa belíssima harmonia.
Amavam-se com liberdade de coração. Entre eles existiu a mais bela união moral que podemos imaginar. Francisco era sugestionável e, às vezes, deixava-se abater. Então Clara, com a sua serenidade e, fortaleza feminina, era para Francisco como um refúgio seguro. Fran¬cisco foi a inspiração para Clara e lançou-a na aventura. Mas Clara teve por vezes de confirmar Francisco no seu ideal. Discípula fidelíssima e como mãe invencível, confortou-o. Francisco vencia em doçura, Clara em firmeza. (Como entre Teresa e João da Cruz). Clara, de nome, mais clara pela sua vida e obras» (Celano).


Conta-se que num inverno se entrevistaram os dois na Porciúncula, e a gente de Assis contemplou um grande resplendor no céu. Ao caminhar - havia neve - Clara disse: Pai, quando voltaremos a ver-nos? - Quando florescerem as roseiras. Clara voltou-se: Olha, pai, as roseiras floriram.
Clara desejava voltar a vê-lo antes de morrer. Quando trasladaram o cadáver aproximaram-no de S. Damião, das grades do coro. Clara beijou a mão e humedeceu o seu lenço no sangue das chagas, como relíquia.
Clara, como Francisco, trouxe ao mundo uma nova primavera e desposou-se com a Dama Pobreza. Conseguiu com fortaleza «o privilégio da santíssima pobreza». Clara, modelo de cortesia, de alegria pascal, de fraternidade.


Era uma alma de oração. Revia-se no Espelho divino e assim aconselhava as suas filhas: «Falava-lhes com palavras suaves como pétalas e ardentes como centelhas». Dizem os Processos: «Quando saía da oração o seu rosto parecia mais brilhante que o sol e as suas palavras ressumavam doçura».
«Eu, Senhor - rezava Clara - declaro-Te por único dono dos meus territórios. Estende as tuas asas de autoridade sobre o horizonte dos meus mundos. Não haverá para mim rosto senão o do meu Amado. Entre ti e mim não se interporá outra criatura senão a espada da fidelidade».



Sentia grande amor à Paixão do Senhor, à «Clara foi uma reprodução da Mãe de Deus. Cristo renovou em Francisco sua vida e paixão. Maria renovou em Clara sua humildade e pureza».
Sentia grande amor à Paixão do Senhor, à Eucaristia, à Virgem. «Clara foi uma reprodução da Mãe de Deus. Cristo renovou em Francisco sua vida e paixão. Maria renovou em Clara sua humildade e pureza».

Na Páscoa de 1253 cai doente. Visita-a Inocêncio IV, de passagem por Assis. Escreve o seu Testamento: «Sede sempre apaixonadas de Deus». As suas últimas palavras: «Graças, Senhor, por me teres criado». Era o dia 11 de Agosto de 1253. Francisco estaria à sua espera, como naquela noite na Porciúncula, para a apresentar ao Amor.
Inocêncio IV preside ao funeral. O seu sucessor, Alexandre IV, canonizou-a. Pio XII nomeou-a Padroeira da televisão, por ter contemplado, numa noite, doente no seu leito, a Missa da Porciúncula.

(Texto do Livro "Os Santos do Mês" da Editorial Missões-Cucujães)

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