7 de ago. de 2011

S. DOMINGOS DE GUSMÃO - 8 de Agosto


Estamos diante dum homem gigante. Dele se fizeram elogios bem merecidos. Eis alguns: «Apóstolo de França. Glória de Espanha. Protector de Itália. Monge e Cavaleiro do espírito. Alma de silêncio e língua de verdade. Cenobita e trovador do Evangelho. Ilustre fundador da Ordem dos Pregadores. Precursor do Santo Rosário ... ». Dante na Divina Comédia chama-o «Esplendor de luz querubina». E a liturgia: «como a estrela da manhã, como lua cheia no verão, como o sol refulgente, assim brilhas tu na Igreja de Deus».


Da ilustre família dos Gusmões nasceu em Caleruega (Burgos) no ano de 1171. Foram seus pais Félix Gusmão e Beata Joana de Aza. Desta grande mulher recebeu Domingos a primeira educação. Quando contava apenas seis anos foi entregue a um tio, arcipreste, para que o educasse nas ciências. Aos catorze anos foi enviado para o Estudo Geral de Palência, que era a escola mais famosa de Espanha, para se formar em todos os ramos do saber daquele tempo, que abarcava as ciências humanas e a teologia.

Enquanto Domingos estuda com toda a alma e se embrenha na Sagrada Escritura acontece uma coisa que o distrai um pouco da sua completa dedicação: sobreveio naqueles dias uma fome devastadora na cidade de Palência. Domingos entregou pouco a pouco tudo quanto tinha para auxiliar aquela gente tão necessitada. Chegou um dia em que já só tinha os seus livros. Mas se os vendesse ou entregasse a troco de qualquer coisa para os pobres, como poderia estudar? Por outro lado, estão cheios de anotações que foi escrevendo pacientemente dia após dia. E pensa. «Mas como poderei eu continuar a estudar em pergaminhos (peles mortas), quando irmãos meus em carne viva morrem de fome?». Era assim este Domingos: homem que, por caridade, se esquecia de si mesmo e só pensava em seus irmãos.

Jesus ia moldando a sua alma. A caridade ia dilatando o seu grande coração. Até agora tinha feito uma coisa: dar esmola. Mas o que lhe pedia agora o Mestre era: que se desse a si mesmo. Que O seguisse. Encontrou essa ocasião quando uma mulher chega a sua casa e lhe diz: «O meu irmão ficou prisioneiro dos mouros...» E, nem lento nem medroso, porque já lhe não restava mais nada para dar, entrega-se a si mesmo como escravo. Todos falam de Domingos. Chega aos ouvidos do Bispo de Osma, D. Martin Bazán, que o manda chamar para que aceite ser cónego da catedral. Tinha vinte e quatro anos. Aceitou o canonicato, pensando sempre poder fazer alguma coisa de bem àqueles cónegos. Depressa se tornou um modelo para todos. Era o mais pontual na recitação do Ofício divino. O mais pobre. O mais caritativo.

Chega aos ouvidos de Domingos o rumor dos destroços que os hereges fazem em França e quer atalhar tão grande mal. Para isso vai lá e prega com fogo a verdadeira fé de Jesus Cristo. E, para que o que vai fazendo tenha continuidade, pensa formar com os compa-nheiros que o seguem uma Ordem que se dedique a pregar a Palavra de Deus. Assim nasce a ínclita Ordem dos Pregadores ou dominicanos. Pouco depois surgirá também o ramo feminino.
Percorreu grande parte da Europa, pregando a Palavra de Deus e tentando afastar os homens do pecado. A ele se atribui também a origem do Rosário que «como compêndio do Evangelho» e «devoção das almas simples e contemplativas» tanto bem fez e continua a fazer a quem o reza com devoção. Unia-o uma grande amizade a S. Francisco de Assis. Já em vida gozou de grande fama de santidade não apenas pelos-muitos milagres que o Senhor fez por seu intermédio, mas ainda pela vida tão santa que levava e transmitia aos outros. Em Bolonha voou para o céu aos cinquenta anos de idade, no dia 6 de Agosto de 1221.

                               (do Livro “Os Santos do Mês” da Editorial Missões-Cucujães)

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