O MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE EM OVAR




O Secretariado do Movimento dos Cursilhos de Cristandade de S. João da Madeira resolveu realizar em Ovar a abertura das actividades do novo ano (2010/2011), com Intendência e Eucaristia, estando presentes cursistas de toda a região sul da Diocese do Porto, - Carvalhos, Ermezinde, Esmoriz, Felgueiras, Gondomar, Gulpilhares, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Penafiel, Porto, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Santo Tirso, Vale de Cambra e Vila do Conde.
Como é habitual o programa constou de uma Via Sacra ao ar livre, que por ser em Ovar seguiu o percurso das cinco Capelas dos Passos que existem nesta localidade, que teve a prestigiosa  colaboração da PSP no desvio do Trânsico nas ruas por onde passou a grandiosa procissão. A primeira, a do Pretório, na Igreja Matriz, as cinco que se encontram no Centro Histórico da Cidade e a Capela do Calvário, regressando à Igreja. Graças à colaboração das senhoras zeladoras das Capelas, estas estiveram abertas e nesta noite.
No fim da Via Sacra foi a Celebração Eucarística, presidida pelo Sr. Bispo D. João Lavrador
Os actuais e os antigos cursistas que, por razões diversas, deixaram de frequentar as ultreias (reuniões semanais) tiveram a oportunidade de se encontrarem. Também várias pessoas de Ovar se associaram a estas Celebrações. A Igreja Matriz de Ovar, apesar de ser um Templo com um bom espaço, nesta noite foi pequena.
A Celebração foi animada por um Grupo Coral de Oliveira de Azemeis.
No final foi colocado à venda um Livro editado para comemorar os 50 anos do Movimento na Diocese do Porto.

                                                          António Mendes Pinto





Saudação do Subsecretariado do MCC Porto-Sul 







Saudação do P.e Manuel Pires Bastos - Pároco de Ovar



Via Sacra


Primeira Estação - Frente à Capela do Pretório














Segunda Estação - Frente à Casa da Ordem Franciscana Secular













Terceira Estação - Junto à Capela do Passo do Horto (1ª Queda)








Quarta Estação - Junto à Capela do Passo do Encontro


















Quinta Estação - Junto à Capela do Passo do Cireneu 












Sexta Estação - Junto à Capela do Passo da Verónica,
 na Praça da República









Sétima Estação - Junto à Capela de Santo António

















Oitava Estação - Junto à Capela do Passo das Filhas de Jerusalém,
no Largo Mouzinho de Albuquerque







Nona Estação, no Largo da Família Soares Pinto


















Décima Estação














Décima primeira Estação - No Largo dos Combatentes



Jardim dos Combatentes





Décima segunda Estação - Junto da Capela do Calvário











Décima terceira Estação - Junto à Capela de Nossa Senhora da Graça




 












Décima quarta Estação - Na escadaria da Igreja Matriz de Ovar












Celebração Eucarística





Maria de Lurdes  Rodrigues - Presidente do Subsecretariado do Porto-Sul


 Caros amigos,

Muitos foram aqueles e aquelas que ao longo de 50 anos fizeram a experiência de um Cursilho de Cristandade.
As suas vidas ficaram marcadas pela descoberta ou redescoberta de Jesus Cristo.
Permiti que me refira entre muitos, ao (meu preponente) o Carlindo, que há poucos dias começou a viver plenamente na casa do Pai, onde está também Jesus Cristo que foi o seu Mestre...
Jesus Cristo a palavra que mais vezes pronunciou e testemunhou. (Falava-nos de Jesus Cristo como de um sol que a todos ilumina. Com entusiasmo, alegria contagiante).
Hoje, este nosso encontro acontece quando, em Cortegaça, se realiza mais um Cursilho. A nossa prece a Deus, a nossa Intendência, está voltada para todos os homens que estão no Cursilho: que Cristo se torne para cada um a “sua pedra angular”, e que a Eucaristia se torne imprescindivel para cada um.
Agora, em Comunhão, vamos celebrar a Eucaristia.
Que a Eucaristia reaviva em nós o amor a Jesus Cristo, pois hoje pela Eucaristia vamos dar testemunho da bondade e da generosidade do nosso Deus.
Assim proclamamos a nossa fé, feita louvor, agradecimento e reconhecimento a Deus:
Obrigado Senhor.
M. Lurdes


































O Diácono António Poças fez a Leitura do Evangelho





D. João Lavrador, Bispo do Porto











O Coro de Oliveira de Azeméis

















O Padre José Baptista, Assistente Espiritual do Movimento,  proferindo
 algumas palavras de estímulo  para a caminhada do novo ano pastoral

Textos e fotos de António Mendes Pinto

Contacto: mendespintovar@gmail.com



O Espectáculo na Comunicação Social

STABAT MATER
 de Giovanni Battista Pergolesi


Um grandioso e inédito Concerto de Páscoa

No passado domingo, a Igreja Matriz de Ovar foi palco de um grandioso espectáculo musical apresentado por uma Orquestra de Cordas composta por jovens músicos da Associação Cultural e Recreativa de Travanca e da Academia de Música do Orfeão de Ovar, também pelo Coro e a Classe de Dança Contemporânea, desta Academia.


Stabat Mater, de Giovanni Battista Pergolesi, foi a obra apresentada. Antes de se dar início ao Concerto, o Presidente do Orfeão de Ovar dirigiu algumas palavras aos espectadores explicando a origem e motivação do investimento humano para a realização da obra deste espectáculo, e deu a conhecer o autor da mesma dizendo que Pergolest foi um prolífico compositor, violinista e organista italiano do período Barroco e um dos nomes fundamentais do estilo napolitano. O seu Stabat Mater (do latim -"estava a mãe"), escrito sobre um profundo e dramático poema medieval (século XIII) que narra o sofrimento de Maria, mãe de Jesus, perante a morte do seu filho, em concreto durante a sua crucificação, é uma comovente obra plena de fervor religioso e que surpreende pela simplicidade. Quando a compôs apenas com vinte seis anos de idade, Pergolesi antecipava por certo já o seu próprio fim, o que veio a acontecer poucos dias depois da conclusão da obra.


COMO SURGIU A IDEIA

A mentora deste grande evento cultural foi Elisabete Soares, que segundo nos disse esta obra é para ela das coisas mais maravilhosas que existe, daí a razão de há muito tempo andar a pensar na ideia de a trabalhar para ser apresentada. Começou a trabalhar na peça com os seus alunos e quando viu que os mesmos estavam preparados falou com as Professoras de Canto e da Dança Contemporânea para assim concretizar o projecto que foi visto em Travanca, em Ovar e vai ser visto em Avanca, no próximo sábado.


A obra musical, que tem 12 andamentos, oito dos quais acompanhados pela Dança Contemporânea, é interpretada por cerca de 110 elementos, (25 da Orquestra, 55 do Coro e 30 na Dança Contemporânea).
As professoras que colaboraram com a realizadora deste grandioso evento de elevado nível cultural, foram: no Coro, Paula Gomes, Regina Matos e Sara Lebreira, na Dança Contemporânea, Clara Carrapatoso. Na Orquestra também participaram os professores Daniel Matisse, Judith Bank e Joana Silva, que reforçaram e contribuíram para a grandeza do Concerto. Foram Solistas dois experimentados alunos com qualificado timbre de voz, Ana Rita Pinto e Ivo Pinho.


NÃO FOI TAREFA FÁCIL

À conversa com Paula Gomes, esta professora disse que colaborar num evento cultural com esta envergadura não é tarefa fácil, mas quando se quer fazer uma coisa, nós conseguimos, e notamos isso nos miúdos, pois eles também perceberam que não era tarefa fácil, e nós também dissemos que não seria. Mas depende da maneira como se aborda o assunto, como se aborda a obra e como se dá a conhecer a mesma, e aí nós professoras fomos conseguindo motivar os miúdos para poderem participar num Concerto desta dimensão, mas não é tarefa fácil, porque é uma obra já bastante exigente que eles não ouvem todos os dias.


O SENTIDO E SIGNIFICADO

Na conversa com as já citadas responsáveis chegou a vez de falar com Clara Carrapatoso, a Professora da Dança Contemporânea e Coreógrafa que nos fez algumas explicações do sentido e significado de vários movimentos que se vêm nos oito andamentos que a Dança Contemporânea acompanhou, da indumentária e suas cores. Entre os 17 e os 50 anos, são as idades das intérpretes que dançaram neste Concerto. Toda a dança e seus movimentos têm significados e mensagens que interpelam os espectadores, e porque algumas pessoas estavam mesmo emocionadas, tudo leva a crer terem percebido os movimentos, e que, com a Música e a Dança se deixaram envolver pela obra que mostra cenas da histórica passagem bíblica em que após a Morre de Jesus Cristo, "estava a Mãe Dolorosa junto da Cruz, lacrimosa, enquanto o Filho pendia".


Este é um espectáculo digno de ser visto em grandes Salas Culturais. Claro que teria de ter apoios em publicidade para custear os elevados preços de aluguer dessas salas. 
Sobre a Dança Contemporânea, a coreografia, o sentido e significado dos movimentos criados e adaptados à secular obra Stabat Mater, penso escrever uma entrevista com Clara Carrapatoso que será brevemente publicado neste Semanário.
                       (Texto de António Mendes Pinto  publicado   no Jornal “Praça Pública” de 14 de Abril de 2010)










   Os sentidos e significados da Dança Contemporânea
na Obra Stabat Mater


Como autora das danças, (que para muitos parecem abstractas), quer-nos explicar os sentidos e significados dos movimentos que se vê na dança contemporânea, em especial nesta obra musical, Stabat Mater?
     
A peça musical tem 12 andamentos, e adaptei as danças para acompanhar oito andamentos.


O 1º andamento, “Stabat Mater Dolorosa”, simboliza a morte de Cristo, e a Virgem no seu sofrimento. A partir desta ideia, extravasei para a humanidade. As senhoras de branco e que vão vestidas com o avental vermelho, representam as mães que quando tiram o avental vermelho, o vermelho já não é o avental, é sangue, da dor da morte, e elas se transfiguram. Deixam de ser mães e passam a ser anjos, porque quando tiram o

avental vermelho deixam de ser mulheres. Ficam todas de branco e com os fios que têm nas mangas, que elas desapertam, as mangas franzidas transformam-se em asas. Há um momento em que elas ao mesmo tempo que estão a sentir a dor da morte do ente querido, que pode ser um filho ou outra pessoa qualquer que morreu, ao mesmo tempo elas vão-se transfigurando, vão passando de um ser carnal para um ser mais irreal, basicamente a ideia é essa. Os vultos negros não se mexem, estão completamente abandonados, mortos. Aqui, cada uma com a sua interpretação vai mostrando esse sofrimento. Eu dei um bocado a liberdade para se exprimirem umas fazendo carícias, outras ficam mais deitaditas, outras mais esticadas, isso depois nós trabalhamos no sentido de se exprimirem. As de branco, à medida que, lentamente se vão transformando, primeiro mostram uma asa, observam, depois a outra asa, e elas vão fazendo essa metamorfose de mulheres para anjos.

Que tempo demorou a preparar as danças para este espectáculo?

Comecei em Janeiro. Tivemos muitos ensaios de Janeiro a Abril. Dividi as pessoas por grupos, com dois ensaios por semana, mas para além dos ensaios tinha o meu trabalho de casa, que consistiu em estudar a música muito bem e ao pormenor, idealizar os movimentos, reflectir, e depois foi a fase de experimentação com os alunos. Quando não corria bem experimentavam-se outros movimentos.

Eu também gosto que as pessoas se sintam bem e confortáveis com o movimento e gosto de as questionar, de as ouvir. Penso muito nas coisas, experimento com os meus alunos, se não estiver bem, modifico, e isso exige muito de mim e de todos. Tenho um grupo de pessoas que realmente são apaixonadas pela dança e dão muito de si. As ideias são minhas mas elas ajudam muito, e isso facilita muito o meu trabalho. Sozinha teria que dizer, tu fazes isto tu fazes aquilo. Elas, ao interpretarem já estão a dar muito de si e acho que isso deve ser valorizado.

No segundo andamento “Cujus Animam Gementem”, entram as outras meninas vestidas de preto em igual número das de que estão vestidas de anjos. Nas meninas que estão deitadas no chão, vê-se uma, a que está em sofrimento perante a morte do ente querido. Entra outro grupo de preto, as que estão no chão levantam-se e encontram outras personagens. No fundo já é um bocado a humanidade, somos todos nós na confusão do nosso dia-a-dia, porque todos nós temos alturas de confusão e alturas em que estamos mais centrados, mais em sintonia com as pessoas. Nessa altura entram os vultos de negro que podem representar a morte, as amarguras da vida, da tristeza, tem a ver com tudo isto. Na primeira dança elas dançam certas, elas estão todas unidas, como se fosse uma força maligna, tudo se une e está ali coesa. A seguir no terceiro andamento, “O Quam Tristi”, essa força fica parada e elas vão ficar duas a duas. Eu chamo a isso duetos, e nessas duas a duas elas vão fazer situações da vida associadas ou à alegria ou à tristeza. Umas por exemplo, por ser mãe a pentear a menina quando era pequenina, outras a ler, outras jogam jogos de criança, umas demonstram mais a alegria e outras mais a tristeza, uma menina que está de olhos fechados, como morta e outra arrasta-a e tenta animá-la como se ela fosse um boneco, tenta dar-lhe vida. É esse sentimento, essa tristeza, da pessoa querer que a que morreu viva. Depois há duas pessoas, como se fossem as figuras de arte da Pietá, em que uma está sempre prostrada. Há uma parte em que outras meninas fazem brincadeiras, jogos de crianças. Podem ser memórias. São momentos diferentes e quem estiver a assistir vai centrando a sua atenção nesses momentos que retratam a nossa vida. O terceiro andamento tem estes momentos, depois no 4º andamento, “Quae Moerebat et Dolebat”, as meninas de negro estão todas no sítio do palco e entram os anjos, já mesmo anjos com as mangas abertas e fazem uma dança muito certinha muito bonita e muito harmoniosa. Esta parte é mesmo para reforçar a ideia de que são anjos


 Em dois momentos a Clara entra também na dança. Qual a sua representação?

Entro no 5º andamento “Quis Este Homo”. Represento a morte, e representei-a como uma ave, que voa. Talvez por causa da minha formação em biologia, eu acho que a morte nos pode aparecer súbita, mas também nos pode aparecer com tranquilidade, não sei, depende, isto são muitas ideias.  



No final deste andamento entro novamente como a morte para ir buscar a menina vestida de branco “a alma”, que pode também representar Jesus Ressuscitado






Para o último andamento “Quando Corpus Morietur”, aproveitei movimentos que apresentei num espectáculo sobre a guerra, realizado no ano passado em Santa Maria da Feira, no Europarque.

                            (Entrevista feita por António Mendes Pinto e publicada no Jornal Praça Pública em 14 de Maio de 2010) 















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