A paróquia medieval, criada sobretudo nos séculos XII e XIII, a partir de uma média de quinze a vinte agricultores, que circundavam a Igreja Paroquial, é a base mais sólida para a importância dos oragos como elementos de protecção territorial.
O orago concede a toda a paróquia a sua protecção divina e, por isso, os paroquianos, ainda hoje, lhe festejam o seu dia litúrgico, lhe oferecem objectos onde expressam a sua profunda fé, e zelam pela sua decência.
PODER e religiosidade
O poder dos oragos verifica-se, não só do ponto de vista religioso mas também ao nível administrativo, sendo mencionado em toda a documentação paroquial e chegando a figurar em elementos essenciais do processo de validação de documentação civil, como é caso do carimbo da «Freguesia de S. Pedro de Maceda».
PODER e religiosidade
A devoção popular, alicerçada numa profunda fé, gera criação de bens artísticos, bens que estão sujeitos aos novos tempos e à mudança de gosto, sendo muitas vezes profundamente alterados, como prova a bandeira de Nossa Senhora do Amparo, onde se representou o orago com a policromia original, actualmente coberta por um repinte total.
ORAGOS da Vigararia de Ovar
No concelho de Ovar, verifica-se que a devoção mariana (11 invocações), em contra ponto com o culto cristológico (5 invocações) se aproxima, em quantidade, à devoção dos santos (15 invocações).
Deve-se, ainda, considerar a posição do orago no retábulo mor, do lado do evangelho (lado esquerdo), pois este está relacionado com o anúncio da salvação, e posicionado lateralmente à tribuna, onde se exibem elementos inerentes à eucaristia.

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