Viver a vida como ofício e missão foi um dos grandes valores desse grande apaixonado e vitalista que se chamou Francisco de Assis. A sua visão do mundo, a sua interpretação da vida, a sua camaradagem humana, a sua maneira de experimentar a Deus e o seu modo de tratar com todos os seres são prodigiosamente válidos para todos os homens. A sua perfeita conjunção entre o vivido, o sentido e o pensado criou um novo tipo de homem remido e salvo, uma forma peculiar de estar no mundo e um caminho excepcional para nos encontrarmos com os outros e podermos construir uma nova sociedade baseada na simpatia, no respeito e no acolhimento afectuoso.
O santo de Assis foi a alma institucional do movimento franciscano que nasce e se potencia até à maturidade a partir duma experiência vivida e partilhada. Originariamente, é vivência; logo depois, convivência. A sua sabedoria consiste na especialização da vida, na arte de saber viver, de saber sentir, amar, interpretar, conviver, trabalhar e morrer.
O espírito aberto e fraterno do franciscanismo não se caracteriza por uma força de oposição, nem por um anti-tudo ou por um antinada, mas pela imensa simpatia por tudo o que é humano e por um grande respeito por todas as formas de pensar e de viver. O seu grande sentimento de fraternidade universal jamais lhe consente colocar-se em frente da realidade ou da vida, mas no cerne da própria realidade e da própria vida, pois está convencido de que só amando delicadamente essa realidade e essa vida estaremos em condições de penetrar até à sua última profundidade, até ao abismo último do mistério que rodeia os seres.
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