No Poverello, o mundano, o humano e o divino consumaram o grande encontro. Toda a sua biografia é a expressão duma inquietação permanente de busca. Buscava para encontrar, e, encontrando, continuava a buscar, para actuar sempre com acerto.
A sua profunda experiência humana vai-se ampliando e aprofundando dum modo gradual e progressivo, graças a uma infinidade de encontros que lhe abrem novos horizontes e o projectam sempre mais para além, em busca dum infinito anelado e sentido, mas jamais alcançado. Este porfiado e tenso esforço de progressão num sempre mais além imprime à biografia de Francisco um dinamismo e uma surpresa desconcertantes e fazem com que a sua vida se apresente cheia de beleza, de poesia, de cortesia, de humanismo e de possibilidades ilimitadas.
A vida do homem está toda ela balizada de encontros: encontro connosco mesmos, encontro com a pessoa amada, com um amigo, com um livro, com o outro sexo, com novas situações, etc. E todo o encontro, quando profundo, é sempre afectante, como sublinha Laín Entralgo. Toda a vida de Francisco está cheia de encontros que, para ele, eram outras tantas graças. No seu Testamento, repete, como em estribilho: O Senhor me deu... E assim se converteu também ele num dador de graças, que é a forma suprema do reconhecimento e da gratidão. Na nossa cidade secular dão-se poucas graças porque tudo se considera natural e porque há uma manifesta vontade de suspeita e de aproveitamento, inclusivamente nos encontros mais profundamente humanos.
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